sábado, 14 de maio de 2011

ENCONTRO – POSSIBILIDADE NA DIVERSIDADE

No ano de 2009 ao aproximar dos trabalhos desenvolvidos nas salas de aula do integral e principalmente do berçário, despertou um interesse em experimentar a prática pedagógica do berçário e posteriormente dos anos subseqüentes do integral. Assim, neste ano de 2010 estou tendo a oportunidade de vivenciar grandes desafios, Um deles é o cuidado com crianças tão pequenas (banho, sono, fralda, água, mamadeira, aconchego, primeiros passos, etc.), sendo o outro, a possibilidade de desenvolver um trabalho coletivo, compartilhado. Possibilitando no encontro de um grupo de educadoras exercitar a co-responsabilidade de uma prática pedagógica.
Assim, no ano de 2010, vivenciamos no berçário da UMEI SOL, um momento de construção em que cada educadora com seu conhecimento, suas idéias, suas potencialidades, suas dificuldades e tudo que a vivencia e o exercício do trabalho coletivo pôde proporcionar. Como diz uma peça fundamental deste grupo de educadoras, para que nosso trabalho se realize da melhor forma possível, a coletividade deve imperar. Precisamos estabelecer uma relação de complementação e integração, pois, o que meu olhar tem a possibilidade de ver e rever, pode favorecer a nossa construção. O que o outro não pode realizar por diversos motivos, eu posso ajudá-lo ou vice-versa.
Para a concretização do nosso trabalho destacamos que nossos projetos teve como foco principal, a criança, seu desenvolvimento e a integração família/escola. Assim, foram desenvolvidos projetos como “o choro” (adaptação), “Eu vou de viagem” (copa do mundo), Festa da família (releitura da obra OPERÁRIO de Tarsila do Amaral), Musicalização, tapete de imagens, Circuito e outros.
Portanto, ao iniciarmos o ano, o período de adaptação dos bebês, nos revelou que precisávamos lidar com a adaptação das crianças e famílias e a nossa própria adaptação em conhecermos o grupo a ser trabalhado e estabelecer uma relação de parceria não só com a família, mas sobretudo, com as demais educadoras, pois, estávamos compondo um grupo, que como foi dito anteriormente, compartilharia conhecimentos, experiências, dificuldades e porque não dizer, diferenças.
Esta foi a grande oportunidade de favorecer e fortalecer todo trabalho, o exercício da coletividade. Então, nossa tarefa inicial foi estabelecer instrumentos que possibilitassem um canal de comunicação, um elo, criamos nosso caderno de comunicação, usamos o quadro branco para registro da rotina e recados além do repasse diário de informações nas trocas de turno.
Este caderno de comunicação algumas vezes esteve esquecido e com o tempo observamos o quanto nos auxiliava e fortalecia nossas construções. Contudo, com um recadinho e outro estávamos estabelecendo contato e formatando projetos e materiais.
Nesse trajeto reconhecemos a importância do olhar sob a diversidade cultural, pois, somos um grupo de educadoras com nossas trajetórias e individualidades. Temos nossas crianças encaminhadas à UMEI pelas famílias, com suas diferenças e peculiaridades, constituídas por uma história familiar. Portanto cada sujeito, uma trajetória cultural, uma identidade. E esta diversidade cultural que nos permitiu muitas reflexões. E nossas diferenças nos deram a possibilidade de somar, de compor o eu com o outro e configurar o NÓS.
Contudo, é preciso reafirmar que exercitando um trabalho a doze mãos, com certeza nossas ações, reflexões necessitam de reparos e ajustes pois, nosso caminho foi de construção.


Uma das reflexões que faço, é que eu, não sou plena de conhecimento, nem tudo sei. Assim, como ter a segurança de lidar com a diversidade? Como trabalhar com a diversidade sem reconhecer que sou parte dela? A constituição da própria identidade se dá a partir do outro. Aqui temos a confirmação de que compartilhar experiências e conhecimentos é movimentar na direção do outro e ampliar o olhar.

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